segunda-feira, 7 de março de 2011

Reflexão Apreendizagem e Auto-Avaliação

Tema I (Discursos sobre Comunicação Intercultural e Alteridade: Agentes, Intencionalidades e contextos), neste tema gostei bastante do texto proposto e escrito pela docente, especialmente nas referências ao dialogismo de Bakthin, em que o dialogo têm um papel preponderante na construção identitária dos individuos e dos grupos. O que me fez reflectir sobre a questão da alteridade e na importância que o “outro” têm no processo de “construção” do meu eu. Neste primeiro tema, outro aspecto que considerei bastante importante está relacionado com a convivência de diferentes culturas no mesmo espaço geográfico/político e as consequências que daqui podem advir. As respostas para esta problemática podem assumir duas formas principais, a multicultural ou a intercultural, a primeira assume a existência separada das diferentes culturas, podendo daqui emergir uma dominação ou hegemonia da cultura autocne, a segunda as culturas interagen e relacionam-se de igual para igual, não existindo desta forma a dominação de nenhuma face às demais. Em suma e na minha opinião o paradgima da interculturalidade, reune melhores condições para dar respostas às dificuldades existentes e decorrentes da convivência de diferentes culturas, na medida em que existe uma aceitação e uma relação de igualdade entre todas as comunidades.

Tema II (Globalização, Comunicação e Identidades: Paradoxos de discursos identitários nas sociedades multiculturais), no segundo tema o meu trabalho centrou-se no que é ser português em portugal e nas diferentes partes do mundo. Começei a minha abordagem pela proximidade cultural que existem entre os paises, muitas das vezes decorrentes de um passado colonial e que facilitam a mobilidade entre o mesmo “espaço cultural”, com consequências obvias e facilitadoras dos processos de integração.
No entanto e apesar da existência da cultura “lusófona”, as diferentes identidades presentes no mesmo espaço, fazem igualmente sentir a suas características diferenciadoras do todo social, em especial numa sociedade multicultural onde existe o direito à diferença.
Por último destacaria o desafio também lançado pela docente, relativamente ao que é ser mulher portuguesa e homem português, o que me levou a reflectir sobre comunicação, na medida em que os obstáculos existem não somente entre culturas diferentes, mas também entre homens e mulheres, que têm uma génese distinta e uma identidade/papel social diferente.


Tema III (Construções Mediáticas da Etnicidade e das Migrações), neste tema ao elaborar o trabalho em conjunto com os meus colegas, a reflexão mais importante que retenho, está relacionada com a forma como algumas notícias sobre os imigrantes e as minorias etnicas são tratadas. Constatei em variadas situações que os media ao darem uma notícia, nomeadamente as que envolvem as comunidades culturais, caracterizam os individuos de uma forma excessiva e passível de criar na sociedade uma imagem generalista e errada. Esta caracterização traduz-se na identificação da nacionalidade e/ou etnia, bem com na situação regular ou não em território nacional. Os media ao realizarem este tipo de associação, criam um estigma e estreopoticos sobre estas comunidades, não analisando de uma forma séria e fundamentada a razão da existência da criminalidade em si, passando inclusivamente o foco destas noticias não para o facto em si, mas para a nacionalidade/etnia do individuo em questão.
Em suma, apreendi a olhar para os media com um olhar mais critico e ao mesmo tempo apreendi também, a importância do discurso jornalistico ser isento e neutro, a fim de que se possa promover a integração social dos imigrantes e da minorias, reduzindo ao mesmo tempo os estereotipos.

Tema IV (Sociedade – Rede e Ciber-cultura), neste ponto procurei identificar os principais blogs/sites das comunidades imigrantes em Portugal, com o objectivo de perceber como se apresentam e comunicam com a sociedade em geral. Ao elaborar a minha proposta de Blog, procurei que a mesma comunicasse de uma forma clara os objectivos da associação e se enquadrasse no quadro legislativo vigente de forma a comprovar assim a sua legitimidade. De seguida considerei importante a inclusão da história e da cultura da comunidade, para que a todos a possam conheçer e eventualmente encontarem reconhecimento de alguns aspectos em comum. Por último existe uma abertura da comunidade à sociedade através da aceitação de membros, bem com um espaço para sugestões. Em suma, ao elaborar esta tarefa fiquei a conheçer melhor como as diferentes comunidade existentes em Portugal apresentam a sua identidade, e por outro lado fez-me reflectir na qual seria a melhor forma de comunicar ao demais a minha própria cultura. O que nos pode remeter para uma das principais questões que comunicação intercultural, ou seja como podemos “nos” conheçer melhor, para melhor comunicarmos.

Relativamente a auto-avaliação, julgo que cumpri os objectivos propostos para esta unidade curricular, consubstânciado na elaboração de diversos trabalhos, que na minha opinião me permitiram aprender os fundamentos teóricos desta unidade curricular, bem como compreender a importância da comunicação intercultural num mundo globalizado com uma crescente mobilidade populacional. Li a documentação proposta, bem como procurei mais informação online sobre as temáticas desta unidade curricular. Antes da iniciar este mestrado não conhecia este campo disciplinar, no entanto após o estudo efectuado, considero que a comunicação intercultural têm uma importância fundamental, para o entendimento e aceitação do outro, meio imprescindivel para a construção de sociedades interculturais.
Considero assim que apreendi os conceitos em causa e aquiri um novo saber e competências, que procurarei desenvolver nas minhas actividades profissionais, nomeadamente nas relações com os públicos culturalmente diferentes, bem como na construção de projectos ou actividades direccionadas às populações estrangeiras.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tema IV - Sociedade - Rede e Cibercultura



Proposta de Estrutura de Blog

1. Quem Somos
Neste ponto, pretende-se que a comunidade faça uma apresentação geral sobre os dinamizadores deste espaço/projecto, incluindo os corpos sociais, bem como a apresentação de todos que estão envolvidos. O objectivo da presença desta área é o de dar a conhecer, a estrutura organizacional e humana que compõem esta organização.
2. Objectivo/Projecto
Neste ponto, importa que sejam incluídos as motivações que levaram à criação deste Blog /Associação, bem como a explicação dos objectivos que se pretendem alcançar. Considero tratar-se de uma parte importante da estrutura, uma vez que possibilita de uma forma clara, que todos possam conhecer melhor o que este conjunto de pessoas, pretende construir em conjunto.
3. História
Importa também incluir, uma breve resenha história e origem da comunidade imigrante, para que a sociedade de acolhimento a possa conhecer. Procurando desta forma, a desmistificação de alguns mitos e estereótipos, permitindo também alguma identificação com a sociedade de acolhimento, em alguns processos históricos que possam ser comuns.
4. Cultura
4.1 Gastronomia
4.2 Danças
4.3 Literatura
4.4 Pintura
Sendo um Blog de uma comunidade imigrante, na minha opinião é importante a inclusão de alguns dos seus elementos culturais, que são diferenciadores, com o objectivo de dar a conhecer as suas tradições e costumes. Procurando não só a divulgação da cultura, mas também contribuir para a sua aceitação, face à sociedade global.
5. Espaço de partilha cultural/Aulas de Dança e Gastronomia
Neste ponto, pretende-se divulgar de uma forma mais activa a cultura da comunidade em questão, através da realização de cursos/workshops, de dança e/ou gastronomia destinados a todos. Tendo como objectivo, conseguir algum apoio financeiro para as actividades da associação, bem como a promoção da cultura junto da sociedade de acolhimento, contribuindo desta forma para a criação de laços e uma maior aceitação para a diferença.
6. Enquadramento Legal
A inclusão deste ponto, justifico-o pela necessidade de apresentar aos demais, o quadro jurídico-legal, onde se deve enquadrar toda a legislação que regulamenta a actividade da associação, com destaque para os Estatutos. No entanto, para além dos documentos internos, considero importante a partilha da legislação que regulamenta a criação e as actividades das associações de imigrantes. Devendo também incluir outro diplomas legais, que protegem os direitos das minorias, para que todos os possam conhecer e em especial os sócios e voluntários da associação.
7. Actividades desenvolvidas e em desenvolvimento
As actividades que a associação dinamiza devem na minha opinião ser alvo de destaque, pois trata-se de divulgar o trabalho realizado no terreno em prol dos objectivos enumerados anteriormente. A apresentação das actividades têm como finalidade prestar contas aos sócios contribuintes e esclarecer a sociedade em geral, da pertinência das mesmas, bem como das suas nobres finalidades.
8. Comunicação Social
8.1 Noticias
8.2 Entrevistas
Neste ponto, pretende-se que sejam divulgadas informações que abordem temáticas que digam respeito à comunidade imigrante, bem como as notícias que façam uma abordagem positiva ao diálogo intercultural. Para além das notícias, deverá existir um espaço de entrevistas com personagens de relevância social e cultural. Considero tratar-se de um aspecto importante, no sentido em que a comunicação têm um papel fundamental na formação da opinião pública e a associação deve divulgar/apresentar notícias que sejam o mais isentas possível, contribuindo desta forma para a construção de uma sociedade intercultural.
9. Faça-se Sócio
A existência de um espaço para os sócios, têm como objectivo aumentar os recursos financeiros da associação, bem como angariar pessoas para colaborarem nas actividades desenvolvidas, procurando desta forma potenciar os seus efeitos na construção de uma sociedade que aceita e integra a diferença.
10. Participe/Colabore/Voluntariado
Nesta área, e em função de toda a informação prestada pretende-se sensibilizar as pessoas para os méritos do trabalho comunitário voluntário, dentro daqueles que são os objectivos da associação. Este ponto, têm uma importância e um impacto que se pode sentir a vários níveis, em primeiro lugar o facto de possibilitar às pessoas que se identifiquem com os objectivos, possam dar o seu contributo, o que irá também permitir o a esses voluntários o contacto com as diferentes culturas. O que vai capacita-los para uma melhor aceitação da diferença, fazendo deles também agentes de mudança de mentalidades, através da sua interacção social com os seus pares.
11. Sugestões/Críticas
Parece-me também pertinente a inclusão de um espaço de debate e troca de ideias, onde todos podem dar as suas contribuições para que a associação possa de melhor cumprir os seus objectivos. Bem como também, como espaço plural dar voz às diferentes opiniões, procurando incluía-las a todas na sua acção.
12. Contactos/Onde Estamos
Por último o Blog, deve conter as informações de contacto necessárias, para que possa relacionar-se como todos que o desejem, não só na comunidade virtual, mas também de forma a estabelecerem-se contactos formais. Com vista, por exemplo, ao estabelecimento de parcerias, há organização de acções de formação e ao contacto com os sócios e voluntários em acções concretas.

Sites de Associações/Comunidades em Portugal

Para complementar este ponto, considerei importante a inserção das páginas da internet das principais comunidades em Portugal, com o objectivo de procurar conheçer como se apresentam, comunicam e se relacionam com a sociedade em geral.

Associações de Imigrantes em Portugal (http://www.aimigrantes.org/)

Associação dos Imigrantes nos Açores (http://www.aipa-azores.com/)

Casa do Brasil (http://www.casadobrasil.info/)

Associação Cabo-verdiana de Lisboa (http://www.acaboverdeana.org/)

Solidariedade Imigrante (http://www.solimigrante.org/)

Associação dos Ucranianos em Portugal (http://spilka.net/)

Associação Guieense de Solidariedade Social (http://www.aguinenso.org/)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tema III - Construções Mediáticas da Etnicidade e das Migrações


Etnicidade e Migrações nos Media

Grupo Jornais

1.Introdução

Cada cultura deverá ter semelhantes oportunidades na promoção do bem-estar social e perspectivas de futuro. O que nos parece menos aceitável é que numa época deslumbrada pelas tecnologias e tudo o que advém do seu progresso, ainda se possa discriminar e rotular outras culturas em função da sua religião, género ou etnia.
Os meios e as formas que usamos para nos comunicar, assim como as tecnologias empregues para esse fim, são determinantes no tipo de sociedade que temos e a forma como nos posicionamos diante dos factos. Como afirma Ilharco "em todos os tempos, a forma como comunicamos é a forma como agimos. Hoje, agimos globalmente porque comunicamos globalmente (Ilharco, 2008, p.155).
Segundo o estudo realizado pelo Observatório da Imigração, intitulado "Media, Imigração e Minorias Étnicas II", aos olhos da comunicação social as questões referentes à imigração passaram a ter uma atenção mais específica, tendo em conta alguns aspectos relativos à origem das comunidades imigrantes, assim como as questões sociais e culturais próprias dessas minorias. O estudo refere igualmente que a comunicação social, sobretudo na Imprensa, passa a dispor de jornalistas especializados nesta temática, beneficiando de um trabalho mais específico e ampliando o capital de conhecimento. É importante referir que os Media são empresas que ambicionam lucros e dispensam prejuízos e como tal estão limitadas aos seus accionistas e proprietários. Alguns autores (Molotch, Lester e Hall), citados no referido estudo, defendem que os Media para produzirem as notícias recorrem a fontes institucionais em detrimento de outras fontes formadas por cidadãos. Consequentemente, a tendência é reproduzir uma opinião predominante acerca das minorias étnicas facilitando a formação de estereótipos.
O aumento do fluxo migratório na Europa prende-se com factores de várias ordens: social, económica e demográfica. Neste âmbito os Media tanto podem ser identificados como promotores na construção de uma Europa multicultural quanto uma ferramenta responsável pela discriminação.
Sabendo que na actual sociedade os meios de comunicação social são um veículo essencial à informação e formação de opiniões, e que a imigração é um tema recorrente na comunicação social, o presente relatório pretende analisar informação sobre imigrantes e outras minorias étnicas através das notícias recolhidas na imprensa nacional, e assim procurarmos conhecer a influência dos média nas atitudes de abertura ou de enclausuramento / rejeição da opinião pública, relativamente à problemática da imigração e, que consequentemente, induz a dinâmicas diferenciadas de acolhimento e integração de imigrantes.

2. Breve Estado da Arte - Imprensa em Portugal

O primeiro jornal português a ser publicado periodicamente foi, "A Gazeta de Lisboa" em 1641. Contudo, a realização e concretização da imprensa portuguesa deu-se no século XIX. Os jornais como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e o comércio do Porto, surgiram ainda em contexto monárquico. Após o golpe de estado militar que finalizou a primeira república, restabelecendo a censura, a imprensa recuperou a sua liberdade após a revolução de 25 de Abril de 1974. A partir da década de oitenta, após as contradições das tendências ideológico-políticas e a massificação dos media, verificou-se uma revolução no tipo de política aplicada à imprensa nacional. Com a privatização da imprensa, os jornais especializados expandiram-se, surgindo também o estilo popular/sensacionalista. Alguns estudos revelam que os jornais de orientação popular/sensacionalista informativo e as revistas cor-de-rosa são as publicações mais lidas pelos portugueses. Sendo assim, constata-se que uma parte do público português, pertencente à classe média está virada para o sensacionalismo e a outra parte que pertence às classes altas e baixas prefere os jornais de informação (A imprensa em Portugal, 2008)1.

3. Estudo empírico

3.1 Metodologia e procedimentos de recolha de dados
Foi elaborada uma matriz em excell composta por 10 variáveis (como se pode observar em anexo). Para a concretização da matriz de registo de notícias sobre "Etnicidade e Migrações nos Media", foram recolhidas notícias publicadas pela imprensa nacional diária e semanal, tais como: o Expresso e o i (semanários), Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e o Público (jornais diários). Foram recolhidas 57 notícias (suporte papel e digital)2 , no período de 15 de Agosto a 21 de Dezembro de 2010.
3.2. Análise e discussão de dados
O impacto provocado pelo título dos artigos recolhidos, levam o cidadão a ter uma imagem negativa da população imigrante, a notícia adopta uma postura sensacionalista, como salienta Cádima (coord., 2003) "o discurso sensacionalista, a linguagem do espectáculo do real, a actualidade trágica e a catástrofe (...) vão preenchendo o campo narrativo dos média, deixando pouco espaço ao rigor, à contextualização e, enfim, ao humano" (p. 5).Desta forma, este tipo de noticias, leva a que surjam estereótipos e preconceitos face aos imigrantes, como afirma Cádima (Coord., 2003) "as representações e as imagens que os portugueses têm acerca da imigração e dos imigrantes da sociedade portuguesa" (p.25). Não obstante, os estereótipos e preconceitos
nem sempre correspondem à verdade, prejudicando a integração dos imigrantes. Como iremos de seguida constatar através da análise da matriz de registo de notícias, que anexamos a este relatório.
Neste sentido, e baseados no universo de 57 notícias, no que toca ao género jornalístico, 25 são referentes a reportagens, 24 são pequenas notícias, 5 são entrevistas e 3 relatam opiniões.
Em relação ao grupo étnico podemos observar nas notícias que na sua maioria referem-se aos imigrantes, sem especificar nenhum grupo étnico, as restantes notícias representam várias etnias
E por fim, a análise do campo semântico onde as notícias foram agrupadas em quatro campos de análise, nomeadamente: criminalidade (prostituição, máfia, violência, racismo), Estudos (estatísticas, desemprego, relatórios etc.) Culturalidade (discriminação, cultura, educação, vivências) e Políticas (que regulamentam e fiscalizam, quer a exclusão, quer a integração/ assimilação)

4. Considerações finais

A análise geral dos conteúdos de todas as notícias observadas é indicadora de uma tendência para a sobrevalorização dos aspectos ligados ao crime e numa sub-análise das notícias, sobretudo, as publicadas no diário "Correio da Manhã" poder-se-á usar o indicador: pertinência, através do qual podemos discutir a função e relevância da matéria publicada.
O dever da imprensa é informar e dar oportunidade de expressão à totalidade dos membros da sociedade, tendo uma influência decisiva na construção da opinião pública e das atitudes, que são também elementos de pressão sobre as decisões políticas. A finalidade de todo este processo em si é simples – é o alcance de boas práticas através do rigor, isenção, independência da redacção.
Na matriz construída pelo Grupo de trabalho da disciplina de C. I. existe um conjunto de informação que constitui um campo de estímulo ao reforço cultural na procura do reconhecimento da diferença e da diversidade. E por último, existem um conjunto de notícias que imperam por estruturas pregnantes, ambíguas e incompletas. A junção de factos com omissões e silêncios, um exemplo, é a notícia do DN do dia 31 Outubro2010, onde há um "esquecimento" dos objectivos do programa " Português para todos" (PPT). Assim, surge uma notícia que pode, ou não, retratar o processo de integração (ou de assimilação) dos imigrantes em Portugal.
Cabe a cada leitor seleccionar a publicação deverá consultar para melhor entendimento da realidade e construção de uma sociedade respeitadora dos direitos humanos.

5. Referências Bibliográficas

Cádima, F. (coord.) (2003), Representações (imagens) dos imigrantes e das minorias étnicas na imprensa, Lisboa: Observatório da Comunicação.
Cunha, I. & Santos, C. (2006), Media, Imigração e Minorias Étnicas II, Lisboa: Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME).
Ilharco, F. (2008), "A interculturalidade e as novas tecnologias". In Desafios à Identidade, 4, Lisboa: Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), pp. 142-183.
Ramonet, Ignacio. A Tirania da Comunicação (1999). Porto: Campo das Letras.

Webgrafia
A imprensa em Portugal (04/05/2008), acedido em 13 de Janeiro de 20011, in http://imediajim.wordpress.com/2008/05/04/a-imprensa-em-portugal/ Fidalgo Joaquim (2000) - Novos desafios para a imprensa escrita e para o jornalismo. Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. http://www.cecs.uminho.pt/
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7637/3/Fidalgo%20J%20%282000%29_Cronologias%20media_95-99.pdf
Imprensa escrita28/03/2010, acedido em 12 de Janeiro de 2001, in
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2010/03/imprensa-escrita.html

Exemplos concretos de notícias:

Neste ponto, irei incluir exemplos concreto de como as noticias sobre as comunidades estrangeiras são transmitidas pelos meios de comunicação social. Realizei pesquisas online, especialmente no You Tube procurando assim ilustrar de uma maneira geral, a forma com este assunto é apresentado ao público. Fazendo ao mesmo tempo uma reflexão critica sobre neutralidade ou a falta dela no discurso jornalistico.





Neste conjunto de peças jornalisticas podemos constatar que as comunidades culturais e etnicas são associadas à criminalidade, prostituição e violência, na medida em que revelam caracteristicas das pessoas envolvidas, tais como, imigrante, ilegal, brasileiro/a e ucraniano/a. Esta forma de comunicar as noticias, pode criar na sociedade em geral uma percepção errónea sobre os reais motivos que estão por detrás destes fenómenos, por norma relacionados com situações de pobreza e de exclusão social e que afectam todos/as e não só as comunidades culturais.
Posto isto, é importante reflectir criticamente sobre a forma de comunicar as notícias, para que elas não produzam informações erróneas, nem discriminatórias, que podem só por si contribuir para o aumento da exclusão social em determinadas faixas da população.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tema II - Globalização, Comunicação e Identidades: Paradoxos de discursos identitários nas sociedades multiculturais



Em resposta a este desafio, o primeiro pensamento que me ocorreu, está relacionado com os ajustamentos necessários, de alguém que muda de um determinado contexto cultural para outro, que por norma se reflectem na re-criação de hábitos que dêem alguma sensação de segurança e estabilidade ao recém-chegado. Podendo isto, por exemplo, traduzir-se na escolha da primeira residência, junto de pessoas oriundas da mesma comunidade, ou no recorrer as redes de apoio informais de imigrantes, já pré-existentes. Em suma, existe um conjunto de opções e de procedimentos que podemos considerar comuns, à generalidade dos processos migratórios, que impliquem um adaptação a um novo contexto cultural, para que os imigrantes possam gradualmente construir a sua integração social.
Centrando estes conceitos nas migrações dos nacionais portugueses, estes processos de adaptação tiveram obrigatoriamente de existir, no entanto, importa mencionar a questão da língua portuguesa e da cultura portuguesa, que se encontra espalhada no mundo, e que vai ter consequência no processo de integração. Por este motivo, também, se pode explicar a forte presença de comunidades portuguesas em alguns países, em que existe uma grande proximidade história e cultural, tais como por exemplo, o Brasil e Angola. Nestes países, a adaptação, será mais fácil, devido à existência uma matriz cultural que é comum em muito aspectos, o que nos pode levar a concluir, que ser Português nestes países em concreto, será de certa forma semelhante à vivência cultural existente em Portugal.
No entanto, os portugueses, face à abertura que historicamente mostraram em relação às outras culturas, comparativamente, por exemplo aos ingleses que durante a sua presença na china viviam em comunidades fechadas e pouco permeáveis a influências externas, os portugueses, na generalidade das situações optaram um postura mais tolerante, possibilitando a existência de uma miscigenação entre raças e culturas. Este comportamento historicamente identificado, faz-nos concluir que na actualidade, os portugueses tendo uma presença minoritária numa cultura dominante, será uma comunidade permeável aos hábitos e influências culturais do país onde estabeleçam residência. O que nos obriga a concluir, que apesar da proximidade cultural, com alguns países o ser português, fora de Portugal, será necessariamente diferente, uma vez que existirá alguma apropriação de hábitos e práticas culturais, sem no entanto que isso ponha em causa, traços fundamentais da matriz cultural portuguesa.
Com o objectivo de procurar caracterizar essa mesma matriz, faço referência ao estudo ”Estereótipos sociais e assimetria simbólica: três estudos com jovens angolanos e portugueses”, que demonstra numa das suas tabelas finais que os traços considerados estereotípicos dos portugueses, são os seguintes:

Tabela 8.
Traços típicos dos portugueses
+/-
Participantes portugueses
Trabalhadores
+
5.24
Hospitaleiros
+
5.16
Ambiciosos

5.10
Empreendedores
+
4.76
Racistas
-
4.51
Cínicos
-
4.20*
Egoístas
-
4.18*
Avarentos
-
4.14*
Invejosos
-
4.14*
Antipáticos
-
4.04*
Escala 7= “muito típico dos dos portugueses” *estes valores não diferem significativamente do ponto médio. Significado dos traços: (+) qualidades; (-) defeitos.
Face a estes dados apresentados, que de certa forma, podem servir de referência para, ajudar a identificar o que significa ser português em Portugal, importa agora, tentar perceber em que medida, estes traços culturais, sofrem alguma alteração ou mudança, quando a comunidade nacional é minoritária, face a uma cultura dominante.
Para procurar ilustrar o que significa ser português, em outras regiões do globo, centrei as minhas pesquisas nas entrevistas de investigadores, publicadas no site do observatório da emigração, que nas suas reflexões, estudaram as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, tendo eu escolhido um pais em concreto, devido à forte presença de imigrantes portugueses. Na opinião do investigador, Dr. António Xavier Abreu, do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora, que viveu na Venezuela, e tendo estudado a emigração portuguesa, na entrevista concedida, refere alguns aspectos importantes da integração dos nossos nacionais, bem como da sua própria experiência pessoal. Tendo eu, seleccionado alguns dos aspectos que considerei mais relevantes, para responder ao desafio lançado. Começo por destacar, o facto de um importante número de portugueses na Venezuela, trabalharem no comercio a retalho, facto que é também explicado pelas redes de apoio informais, que se já tinham estabelecido e pela figura jurídica da carta de chamada, que permitiu a vinda de muitos portugueses. Outro aspecto da entrevista que me pareceu especialmente importante, foi seguinte, expresso neste parágrafo:
“Os portugueses, têm sido muito inteligentes no sentido de saber interpretar as necessidades e a mentalidade do povo que os acolheu, por isso é que a comunidade portuguesa na Venezuela está tão implantada no país, eles sentem-se tão venezuelanos como portugueses. Aliás se alguém fizer um inquérito entre luso-descendentes, estou a falar da segunda ou terceira geração, eles sentem-se tão venezuelanos como portugueses...”
Em suma, julgo que este paragrafo retirado desta entrevista, pode de certa forma, resumir, o que pode significar ser português, nas diferentes partes do mundo, tal hoje, como no passado as nossas comunidades imigrantes, onde a sua presença se fez sentir, teve sempre uma postura de abertura com, as outras culturas, evidenciando uma grande capacidade de se adaptar em diferentes contextos, procurando sempre integrar-se na cultura dominante, ganhando traços/hábitos da cultura local. No entanto, sem por em causa a sua própria matriz cultural, sendo isso expresso na criação, de associações e centros culturais, que mantêm viva a cultura e as origens portuguesas espalhadas por esse mundo fora.

Bibliografia:
Observatório da Imigração
http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/
http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/np4/2014.html
Instituto de Investigação Científica Tropical
http://www.iict.pt/
Cabecinhas, Rosa (2004) – “Estereótipos sociais e assimetria simbólica: três estudos com jovens angolanos e portugueses”. Minho, Universidade do Minho.

Outras caracterizações dos/as Portugueses/as

Os portugueses são o povo ou nação com origem em Portugal, na Península Ibérica, no sudoeste da Europa. O português é a sua língua, e o catolicismo a religião nominalmente predominante.

Geneticamente, os dados apontam para uma fraca diferenciação interna dos portugueses, cuja base é essencialmente continental europeia de origem paleolítica. A base genética da população do território português mantém-se aproximadamente a mesma nos últimos quarenta milénios, apesar da presença de inúmeros povos no território português que também contribuíram para o património genético dos seus habitantes.

Culturalmente, as presenças romana, germânica e moura foram muito significativas, tal como foram decisivas a vizinhança e as relações com os restantes países europeus e as relações coloniais com África, o Brasil e o Índico a partir dos sécs. XV e XVI (ver Cultura de Portugal).

No período moderno, os processos migratórios mais relevantes em Portugal deram-se nas últimas três décadas do século XX e até ao presente, com a notável excepção da entrada de grupos ciganos ainda no século XV. Após 1974, o país torna-se um receptor significativo de populações migrantes, quer como resultado directo ou indirecto da descolonização de África, quer como resultado da participação de Portugal na União Europeia. Portugal tem vindo a receber em número crescente populações migrantes oriundas do Brasil, África (com maior relevância das ex-colónias), Ucrânia (e países do Leste Europeu em geral), além de uma multiplicidade demograficamente menos significativa de outras origens, entre as quais avoluma a chinesa.

Portugal foi tradicionalmente uma terra de emigração, desde o período da expansão imperial e colonial, passando, por exemplo, pela emigração económica para o Brasil no século XIX e pela emigração económica, a partir de 1960, para alguns países da Europa Ocidental. Além dos cerca de dez milhões de portugueses residentes em Portugal, estima-se existirem cerca de cinco milhões mais espalhados pelo mundo (incluindo os luso-descendentes recentes) num total de cerca de quinze milhões de portugueses.

Os portugueses são uma população sul europeia, predominantemente oeste-mediterrânica e atlântico europeia. Foram muitos os processos migratórios que contribuíram para a formação do povo português, mas o grande contributo parece ser o mais antigo, ou seja, a população portuguesa, tal como as restantes populações ibéricas e algumas das outras populações da Europa Ocidental (particularmente costeira ou insular), são maioritariamente resultantes de processos de povoamento paleolíticos, aquando da chegada e povoamento da Europa por humanos modernos (progressivamente substituindo as populações de Neandertais, que viriam a extinguir-se precisamente no oeste e sul da Ibéria). De facto, cerca de 60%, em média, das linhagens genéticas em Portugal apresentam marcadores que as caracterizam como de origem paleolítica, nomeadamente o Haplogrupo R1b (Y-cromossomático)[2] e o Haplogrupo H (ADN mitocondrial).[3][4]

Desenvolvimentos recentes das metodologias para definição das estruturas populacionais levaram a um estudo de 2006[5] que concluiu verificar-se uma clara e consistente divisão entre grupos populacionais sul e norte europeus. Um estudo adicional de 2007 posiciona as populações ibéricas algo afastadas de outros grupos continentais, incluindo outros grupos sul-europeus, dando fundamento à hipótese que a Península Ibérica alberga as populações com a origem mais antiga de toda a Europa. Neste estudo, a mais importante diferenciação genética europeia atravessa o continente de norte para sudeste, acompanhada de um outro eixo de diferenciação este-oeste (diferenciando o sul do norte), ao mesmo tempo que se verificou, apesar destas linhas de demarcação relativa, a homogeneidade e proximidade genética de todas as populações europeias.[6]

Fonte: Wikipédia

O que é ser homem português e mulher portuguesa?

Karin Wall apresenta hoje, no ICS, em Lisboa, resultado de estudo.
"A mulher está sempre mais sobrecarregada. Não vamos dizer o contrário. Se me perguntar se eu passo a ferro, eu vou-lhe dizer que não. Mas se tiver que passar a ferro, passo. Não tenho problemas com isso. Ajudo. Há um apoio, digamos que é uma pequena muleta." (António)
António é um homem comum. Não se importa de realizar qualquer das tarefas domésticas mas, para ele, como para a maioria dos homens, a expressão certa a utilizar é "ajudar em casa". A casa (ainda) é da responsabilidade das mulheres, apesar de haver uma evolução inegável no que toca a comportamentos e valores dos homens nos últimos 30 anos - esta parece ser a principal conclusão do trabalho O Lugar dos Homens na Família em Portugal, investigação liderada por Karin Wall, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e que hoje vai ser apresentada num seminário com o mesmo nome no ICS, em Lisboa.
Os investigadores sublinham "a consciência que todos o homens revelam possuir acerca da mudança nos papéis e identidades masculinas". Mas os homens também sabem que essa mudança é impulsionada pelas mulheres, cuja entrada no mundo do trabalho é um dado inquestionável e com efeitos na vida conjugal (alterando as relações de poder) e na vida familiar e doméstica (a divisão das tarefas é, mais do que uma vontade, uma necessidade).
"Ainda sinto que há umas coisinhas que devem ser elas a fazer, por exemplo, tratar dos miúdos. Eu faço tudo mas sinto que é o papel dela. Não é bem machismo, é porque eu preciso de trabalhar, até por razões familiares, para ganhar mais, não é? Sinto que ela tem que tomar conta, senão não consigo trabalhar. Acho que isto tem mais a ver com o aspecto profissional do que propriamente com discriminação." (Francisco)

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=985303

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Qual é questão ou afirmação que gostariam de propor sobre o papel da Comunicação Intercultural nos dias de hoje?


No actual contexto da globalização, em que existe um aumento generalizado do número de pessoas em movimento, terá como consequência um maior contacto entre as diferentes culturas, facto que só por si, atribui na minha opinião uma grande importância há comunicação intercultural. No entanto, a globalização não se manifesta somente em movimentos migratórios, existe também uma maior circulação de informações, decorrentes da evolução da tecnologia que permite uma livre circulação de um vasto e diferente conjunto de conhecimentos humanos, nos quais também se manifesta a cultura.

Em suma, podemos dizer que, as diferentes sociedades humanas estão muito mais expostas ao contacto com as diferentes culturas, podendo por esta via aumentar as tensões sociais e os conflitos, por via de entendimentos da vida e do mundo opostos e neste âmbito o papel da comunicação intercultural têm a maior importância.

Na minha opinião, nos dias de hoje, esta àrea de trabalho pode ter um papel de mediação entre as diferentes culturas, na medida em que reconheçe o direito à diferença, conheçe e compreende a diversidade cultural, podendo desta forma, estabelecer formas de expressão (oral ou escrita) que permitam uma comunicação informada e igualitária, entre os diferentes interlocutores. Este trabalho é da maior importância, uma vez que, possibilita que a comunicação entre as diferentes culturas, seja feita sem falsas interpretações e/ou duplos sentidos, o que vai ter como consequência um maior entendimento e compreensão face ao outro.

Outras definições para a Comunicação Intercultural

Infopédia

Disciplina científica que estuda os processos de comunicação entre representantes de culturas diferentes. A noção de cultura é compreendida de maneira muito vasta e abarca igualmente as culturas nacionais, como, por exemplo, a cultura portuguesa ou a cultura francesa, e as culturas ao nível supranacional, como, por exemplo, a cultura mediterrânica ou a cultura oriental. Alguns autores incluem também a comunicação entre mulheres e homens ou a comunicação entre grupos maioritários e minoritários pertencentes à mesma cultura ou nação. A comunicação intercultural (intercultural communication ) pode ser dividida em cross-cultural communication , que compara os padrões comunicativos em várias culturas ou subculturas, e a comunicação e relações internacionais (communication and international relations ), que analisa a comunicação entre nações e líderes políticos. Entre as subdisciplinas da comunicação intercultural pode incluir-se também a vertente comparativa de estudos mediáticos (comparative mass communication ), que estuda o funcionamento e implicações culturais de sistemas mediáticos, e a developmental communication , que investiga o aspecto cultural das mudanças económicas e sociais, principalmente em países em vias de desenvolvimento.
Actualmente, as teorias da comunicação intercultural partem do princípio do relativismo cultural, quer dizer, reconhecimento da relatividade de normas de cada cultura.

comunicação intercultural. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-02-23].
Disponível na http://www.infopedia.pt/

Wikipédia (Revisto)

Os estudos sobre a Comunicação Intercultural, vêm procurando uma resposta para a dúvida de como as pessoas conseguem compreender-se umas às outras quando não possuem as mesmas experiências culturais. Aspectos relevantes de uma cultura podem facilitar o aprimoramento da competência intercultural de um falante, já que somente a aprendizagem de estruturas lingüísticas não é sinônimo de sucesso para essa compreensão. Milton Bennet, um importante nome nos estudos interculturais, em seu artigo “Intercultural Communication: A Current Perspective” (1993), caracterizou dois tipos de cultura: a cultura objetiva e a cultura subjetiva. A Cultura Objetiva consiste nas manifestações produzidas pela sociedade, como literatura, música, ciência, arte, língua, enquanto estrutura, entre outras; seria o produto concreto criado pela sociedade. Por outro lado, a Cultura Subjetiva pode ser encontrada em manifestações abstratas, como valores, crenças e no uso da língua, levando a uma competência intercultural.
A língua é vista em muitos trabalhos como um instrumento de interação humana. A cultura subjetiva, ou seja, os valores e as normas culturais, modela as diferentes formas de interação entre um falante e um ouvinte. Estes valores e normas estão presentes na competência comunicativa dos participantes, ao fazerem determinadas escolhas durante a interação social.
A cultura norte-americana, por exemplo, é marcada por uma directividade no tratamento interpessoal. Eles são informais, espontâneos e usam o mesmo tipo de tratamento com diferentes pessoas. Para os americanos, ser formal é fazer uso de complexos métodos de tratamento e rituais, que são encontrados em outras culturas, refletindo a respectiva sociedade, como a japonesa (Stewart & Bennett, 1991).

In communication the American mentality is practical, favoring beliefs, resolutions, and intentions as the content of messages. These elements are controllables and consequently can be assimilated in communication. (...) When we compare American emotional expression in communication with styles in other societies, we can conclude that emotion in American communication lies somewhere in midrange. Arabs and Latin Americans generally consider Americans to be cold, while the Japanese judge American communication to be emotional. (Stewart & Hall, 1991, apud Meyer, 2002, p. 2)

Percebe-se, diante dessa breve comparação, que língua e cultura são dois instrumentos inseparáveis. A língua é um instrumento vivo e constantemente em desenvolvimento. Diariamente, ela sofre influência da cultura, seja na escrita ou na fala, “(...) dificilmente língua e cultura podem ser separadas. Consideramos que a língua é um dos sistemas de expressão de uma cultura e que diferentes línguas apresentam preferências que são influenciadas pela cultura” (Grabe & Kaplan, 1989, apud Oliveira, 2000, p. 50).
Esta afirmação é claramente observada na língua falada, que não pode ser controlada como a língua escrita. Não é a língua que determina o comportamento de seus falantes, mas exatamente o contrário, ou seja, esse comportamento é que pode influenciar o uso dela. Este facto remete à cultura subjetiva apresentada por Bennett.

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_e_cultura

sábado, 6 de novembro de 2010

Tema I - Discursos sobre Comunicação Intercultural e Alteridade: Agentes, Intecionalidades e Contextos


Após a leitura do texto escrito pela Prof. Luísa Aires, que me suscitou algumas dificuldades de interpretação, no entanto julgo que dá bastantes respostas/pistas, na compreensão do tema proposto, “Vozes da nossa cultura, sobre outras culturas”.

Numa primeira fase, o aspecto que destacaria na teoria do dialogismo de Bakthin, reside na primazia do dialogo livre a plural, através do qual o homem em interacção com os outros constrói a sua própria identidade, numa relação dinâmica de interdependência entre sujeitos dialogantes.

Numa segunda etapa, o homem em interacção dialogante com os seus pares, não constrói somente a sua identidade, mas também origina a criação de uma identidade cultural, um grupo de pertença, nascido do diálogo feito de enunciados e de interpretações dadas a todos os elementos presentes na comunicação.

Dentro desta lógica analitica, na minha opinião, ao associarmos o diálogo à construção das identidades individuais e de grupo, podemos afirmar que as diferentes culturas, surgem de contextos variados em que este processo se desenrola, criando desta forma identidades diversas.

Por último destacaria do texto em análise, a questão da ideologia dominante, que surge como oposição a um dialogo entre diferentes ideologias, entendi esta referência, como uma hegemonia das culturas dominantes, que impõem os seus modelos/soluções sociais, às demais, que não têm a mesma abrangência, neste contexto de mundo global.

Em resposta à pergunta concreta colocada pelo tema, existem na nossa sociedade, uma multiplicidade de culturas, decorrentes da nossa própria história enquanto nação e do actual contexto de um mundo globalizado, onde os movimentos de pessoas e de informação fazem ecoar na nossa cultura diferentes vozes.

Estas diferentes manifestações culturais que se encontram na nossa cultura podem, na minha opinião, produzir alguns choques/cisões entre as variadas formas de estar e entender o mundo e a vida, podendo gerar tensões sociais e incompreensões mútuas, daí a importância da educação intercultural para ajudar a compreender/aceitar/conhecer o outro que é diferente.

Para além da negação do outro, pode dar-se o fenómeno de incorporação cultural, existindo na sociedade de acolhimento uma aceitação das diferentes praticas contribuindo para a construção de uma nova identidade cultural, decorrente da assimilação das variadas pertenças.

No nosso contexto particular, na posição de sociedade de acolhimento, julgo que existe uma tolerância com as diferentes “vozes” presentes, no nosso espaço cultural, manifestando-se estas das mais variadas formas, seja através de associações de carácter cultural, ou pelos comportamentos individuais que manifestam um diferente entendimento do mundo e da vida. Estando inclusivamente estes direitos individuais consagrados em documentos legislativos, nomeadamente na nossa Constituição da República.

No entanto, toda a nossa construção como sociedade nos mais variados domínios, têm uma matriz decorrente da nossa cultura e essa “voz” vai invariavelmente fazer “eco”, nas outras identidades presentes em Portugal, uma vez que vai impor determinados modelos e modos de organização social.

Bibliografia

AIRES, LUÍSA “ O Eu e o Outro nos Diálogos Sociais”

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Comentários Videos do Youtube

Videos propostos pela docente:

http://www.youtube.com/watch?v=pTTGEhD1moY&feature=fvw

http://www.youtube.com/watch?v=tCVq0syU9CE&feature=related

Após o visionamento dos vídeos propostos pela professora, gostaria de tecer as seguintes considerações.

Apesar de julgar que a opinião manifestada pelos entrevistados no vídeo, estar longe de representar a grande maioria das pessoas, penso no entanto, que ela manifesta alguns preconceitos que estão enraizados na nossa cultura/sociedade.

A meu ver, estes preconceitos têm origem em duas situações muito concretas:

1. Existe um grande desconhecimento em relação ao outro e isto é gerador de receios e medos infundados, levando muitas vezes as pessoas, a preferirem o caminho facilitista de rejeitar o que é diferente, ao invés da procura de conhecer o outro e de o aceitar nas suas diferenças. Em suma, diria que rejeitamos/receamos tudo o que não conhecemos.

2. O outro factor que a meu ver, contribuí de uma forma decisiva para estas opiniões negativas que existem relativamente a algumas comunidades, deve-se numa primeira fase a estereótipos existentes na nossa cultura, que estão associados a determinadas comunidades, nomeadamente a nível da criminalidade e da suposta obtenção de benefícios sociais. Muitas vezes estes são reforçados pela própria comunicação social, quando dá “nacionalidade” ou “etnia” ao suposto criminoso, contribuindo na sociedade para a generalização de comportamentos de determinada comunidade. Para além disso, as pessoas no seu dia-a-dia, podem ter alguma experiência negativa no contacto com as diferentes culturas e criam aqui um estigma, um estereótipo e automaticamente uma generalização.

Trata-se a meu ver de algo que merece uma atenção especial, por parte das instituições públicas e da sociedade civil, na desconstrução de estereótipos que nascem da falta de informação/conhecimento, que impedem a pessoa de ver toda a realidade, tomando o todo pela parte. Assim, deviam existir políticas públicas concretas que trabalhassem a integração social das diferentes comunidades, numa lógica de esforço partilhado, entre a sociedade de acolhimento e os diferentes grupos sociais/étnicos.

No caso português, julgo que subsistem ainda na sociedade portuguesa alguns preconceitos nomeadamente, em relação a comunidades oriundas de países africanos, a meu ver, decorrentes ainda dos processos de descolonização e de movimentos migratórios que vieram servir interesses económicos de alguns sectores, aproveitando a mão-de-obra barata. Paralelamente não existiram políticas públicas de promoção da integração, subsistindo ainda hoje guetos de exclusão nos bairros sociais, onde algumas destas pessoas foram realojadas.

Na minha opinião, o realojamento feito nestes moldes, contribuiu de forma decisiva, para a não integração social destas pessoas, com a consequente manutenção de situações de pobreza, o que cria condições para o aumento da criminalidade, contribuindo assim, também, para o aumento de estereótipos facilitistas, relativamente a estas comunidades.

Artigos de Jornal


Post 1
Após a leitura do artigo proposto, destacaria alguns aspectos:
1. O reconhecimento a nível político da questão da convivência comum de diferentes culturas, no mesmo espaço geográfico/politico como algo que merece reflexão.
2. A percepção que até ao momento, esta questão não foi tratada da melhor forma, uma vez que existe uma grande percentagem de cidadãos/as alemães que olham para o outro/a, com desconfiança, menosprezando-o/a.
3. A imposição que parece decorrer do discurso da Chanceler Alemã, em que os/as imigrantes devem conhecer a língua alemã, bem como os códigos culturais da sociedade de acolhimento.
Na minha opinião, trata-se de um tema com a maior importância, pensar como devem as sociedades de acolhimento, receber e integrar populações oriundas de contextos culturalmente diferentes. Proponho duas formas de responder a este problema, pensar na integração dos estrangeiros como uma responsabilidade partilhada, pressupondo um esforço do estado em delinear política publicas que promovam a inclusão, bem como uma responsabilidade dos estrangeiros, em conhecerem os códigos culturais da sociedade que os acolhe. Esta perspectiva preserva as diferentes identidades, consagrando no entanto uma primazia dos códigos culturais vigente sob os demais, sendo isso o aspecto mais negativo desta abordagem.
A outra forma em que podemos encarar este problema, trata-se de aceitar/incluir o que as novas culturas trazem à sociedade de acolhimento, valorizando a cultura dominante, podendo em última análise dar origem a uma nova identidade cultural. Esta perspectiva, têm a vantagem de deixar de existir um pré-conceito de superioridade cultural, aceitando a integração de todas as culturas, mas por outro lado, conduzir a uma perca de identidade das diferentes culturas que coexistem no mesmo espaço.
Digam de vossa justiça :)

Post 2

Recomendo esta noticia de hoje no Jornal Publico, sobre a integração de estrangeiros em Portugal, em contraponto com o caso Alemão.
http://www.publico.pt/Sociedade/portugal-foi-generoso-na-integracao-dos-imigrantes-mas-a-crise-economica-abre-riscos_1461663

Post 3

Olá Ana,
Obrigado pelas tuas observações ao meu post.
E concordo com a tua opinião, julgo que a opção mais realista será, a responsabilidade partilhada entre a sociedade de acolhimento e os estrangeiros.
Em relação à situação em Portugal, infelizmente não é oásis que muitas vezes é apregoado pelos poderes públicos e subsistem algumas situações de discriminação. Num estudo recente efectuado no concelho onde trabalho, 61% dos imigrantes diz que situações de discriminação, não são regulares nem frequentes, apenas acontecem algumas vezes, e 23,2% considera mesmo que estes acontecimentos de discriminação têm lugar muitas vezes.
Em suma, estes dados não nos podem deixar descansados e obriga a uma reflexão séria e fundamentada, para delinear estratégias para solucionar/minimizar este problemas.
Outro aspecto que também deve mereçer a nossa atenção, é a discriminação que existe dentro dos diferentes grupos culturais, que se encontram na sociedade de acolhimento.