quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Comentários Videos do Youtube

Videos propostos pela docente:

http://www.youtube.com/watch?v=pTTGEhD1moY&feature=fvw

http://www.youtube.com/watch?v=tCVq0syU9CE&feature=related

Após o visionamento dos vídeos propostos pela professora, gostaria de tecer as seguintes considerações.

Apesar de julgar que a opinião manifestada pelos entrevistados no vídeo, estar longe de representar a grande maioria das pessoas, penso no entanto, que ela manifesta alguns preconceitos que estão enraizados na nossa cultura/sociedade.

A meu ver, estes preconceitos têm origem em duas situações muito concretas:

1. Existe um grande desconhecimento em relação ao outro e isto é gerador de receios e medos infundados, levando muitas vezes as pessoas, a preferirem o caminho facilitista de rejeitar o que é diferente, ao invés da procura de conhecer o outro e de o aceitar nas suas diferenças. Em suma, diria que rejeitamos/receamos tudo o que não conhecemos.

2. O outro factor que a meu ver, contribuí de uma forma decisiva para estas opiniões negativas que existem relativamente a algumas comunidades, deve-se numa primeira fase a estereótipos existentes na nossa cultura, que estão associados a determinadas comunidades, nomeadamente a nível da criminalidade e da suposta obtenção de benefícios sociais. Muitas vezes estes são reforçados pela própria comunicação social, quando dá “nacionalidade” ou “etnia” ao suposto criminoso, contribuindo na sociedade para a generalização de comportamentos de determinada comunidade. Para além disso, as pessoas no seu dia-a-dia, podem ter alguma experiência negativa no contacto com as diferentes culturas e criam aqui um estigma, um estereótipo e automaticamente uma generalização.

Trata-se a meu ver de algo que merece uma atenção especial, por parte das instituições públicas e da sociedade civil, na desconstrução de estereótipos que nascem da falta de informação/conhecimento, que impedem a pessoa de ver toda a realidade, tomando o todo pela parte. Assim, deviam existir políticas públicas concretas que trabalhassem a integração social das diferentes comunidades, numa lógica de esforço partilhado, entre a sociedade de acolhimento e os diferentes grupos sociais/étnicos.

No caso português, julgo que subsistem ainda na sociedade portuguesa alguns preconceitos nomeadamente, em relação a comunidades oriundas de países africanos, a meu ver, decorrentes ainda dos processos de descolonização e de movimentos migratórios que vieram servir interesses económicos de alguns sectores, aproveitando a mão-de-obra barata. Paralelamente não existiram políticas públicas de promoção da integração, subsistindo ainda hoje guetos de exclusão nos bairros sociais, onde algumas destas pessoas foram realojadas.

Na minha opinião, o realojamento feito nestes moldes, contribuiu de forma decisiva, para a não integração social destas pessoas, com a consequente manutenção de situações de pobreza, o que cria condições para o aumento da criminalidade, contribuindo assim, também, para o aumento de estereótipos facilitistas, relativamente a estas comunidades.

Artigos de Jornal


Post 1
Após a leitura do artigo proposto, destacaria alguns aspectos:
1. O reconhecimento a nível político da questão da convivência comum de diferentes culturas, no mesmo espaço geográfico/politico como algo que merece reflexão.
2. A percepção que até ao momento, esta questão não foi tratada da melhor forma, uma vez que existe uma grande percentagem de cidadãos/as alemães que olham para o outro/a, com desconfiança, menosprezando-o/a.
3. A imposição que parece decorrer do discurso da Chanceler Alemã, em que os/as imigrantes devem conhecer a língua alemã, bem como os códigos culturais da sociedade de acolhimento.
Na minha opinião, trata-se de um tema com a maior importância, pensar como devem as sociedades de acolhimento, receber e integrar populações oriundas de contextos culturalmente diferentes. Proponho duas formas de responder a este problema, pensar na integração dos estrangeiros como uma responsabilidade partilhada, pressupondo um esforço do estado em delinear política publicas que promovam a inclusão, bem como uma responsabilidade dos estrangeiros, em conhecerem os códigos culturais da sociedade que os acolhe. Esta perspectiva preserva as diferentes identidades, consagrando no entanto uma primazia dos códigos culturais vigente sob os demais, sendo isso o aspecto mais negativo desta abordagem.
A outra forma em que podemos encarar este problema, trata-se de aceitar/incluir o que as novas culturas trazem à sociedade de acolhimento, valorizando a cultura dominante, podendo em última análise dar origem a uma nova identidade cultural. Esta perspectiva, têm a vantagem de deixar de existir um pré-conceito de superioridade cultural, aceitando a integração de todas as culturas, mas por outro lado, conduzir a uma perca de identidade das diferentes culturas que coexistem no mesmo espaço.
Digam de vossa justiça :)

Post 2

Recomendo esta noticia de hoje no Jornal Publico, sobre a integração de estrangeiros em Portugal, em contraponto com o caso Alemão.
http://www.publico.pt/Sociedade/portugal-foi-generoso-na-integracao-dos-imigrantes-mas-a-crise-economica-abre-riscos_1461663

Post 3

Olá Ana,
Obrigado pelas tuas observações ao meu post.
E concordo com a tua opinião, julgo que a opção mais realista será, a responsabilidade partilhada entre a sociedade de acolhimento e os estrangeiros.
Em relação à situação em Portugal, infelizmente não é oásis que muitas vezes é apregoado pelos poderes públicos e subsistem algumas situações de discriminação. Num estudo recente efectuado no concelho onde trabalho, 61% dos imigrantes diz que situações de discriminação, não são regulares nem frequentes, apenas acontecem algumas vezes, e 23,2% considera mesmo que estes acontecimentos de discriminação têm lugar muitas vezes.
Em suma, estes dados não nos podem deixar descansados e obriga a uma reflexão séria e fundamentada, para delinear estratégias para solucionar/minimizar este problemas.
Outro aspecto que também deve mereçer a nossa atenção, é a discriminação que existe dentro dos diferentes grupos culturais, que se encontram na sociedade de acolhimento.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bibliografia



CUNHA, Luis; Cabecinhas, Rosa "Comunicação Intercultural Perspectivas, dilemas e desafios" (2009)
Campo de Letras

Cuche, Denys; "A noção de cultura nas ciências sociais" Lisboa: Edições Fim de Século., 1999 (FLUP)

Melo, A.;Globalização cultural, Lisboa: Quimera, 2002

Holliday, Adrian, Hyde, Martin, Kullman, John ;Intercultural communication. An advanced resource book. , London: Routledge, 2004

Hofstede, Geert ;Cultures and Organizations, McGraw-Hill, 1991

Trompenaars, Fons ;Riding the waves of culture, Brealey Publishing, 1993

Hall, E. / Hall, M.;Understanding cultural differences, Random House, 1993

MARTIN, J; NAKAYAMA, T., Intercultural Communication in contexts, New York, MacGraw Hill, 2003.

PETERSON, M. A., Anthropology and Mass Communication, New York, Berghahn Books, 2003.

HALLAM, E; StREET, B. (ed), Cultural Encounters: Representing ‘Otherness’, London/New York, Routledge, 2000.

Dodd, C. H.;Dynamics of Intercultural Communication, MCGRAW-HILL INC, 1982

STORTI, Craig – Figuring Foreigners Out, Yarmouth, EUA 1999.

ASSIS, Ana Antônia de. Comunicação intercultural: o “ato de
convidar” entre brasileiros e americanos. Polifonia, Cuiabá, no.02,
1995, 123-138.

CAMPOS BORGES, Julie Kellen de. Contextos conversacionais: um americano aprendendo português no Brasil. Tese de mestrado inédita. Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. 2001.

CANCLINI, N. G. Consumidores y ciudadanos. Conflictos multiculturales de la globalización. Mexico: Grijalbo, 1995.

CANEVACCI, Massimo. Sincretismos – Uma exploração das hibridações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 1996.

GEERTZ, Clifford. Thick Description. In: Clifford Geertz (ed.), The Interpretation of Cultures. New York: Basic Books, 1973, 3-30.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

SCOLLON, Ron & SCOLLON, Suzanne Wong. Intercultural Communication. Oxford UK & Cambridge USA: Blackwell Publishers Ltd., 1996.

ABDALLAH-PRETCEILLE, M. (1990). Vers une Pedagogie Interculturelle, Paris: INRP.

Byram, Michael (1997) Teaching and assessing intercultural communicative competence.
London, Multilingual Matters.

Byram, Michael; Gribkova, Bella & Starkey, Hugh (2002) Developing the Intercultural Dimension in Language Teaching. Strasbourg, Council of Europe Publishing – European Centre for Modern Languages.

Camilleri, Antoinette G. (2002) How Strange! The use of anecdotes in the development
of intercultural competence. Graz, Council of Europe Publishing – European Centre
for Modern Languages.

Lazar, Ildiko (2003) Incorporating intercultural communicative competence in language
teacher education. Graz, Council of Europe Publishing – European Centre for
Modern Languages.

Samovar, Larry A. & Porter, Richard E. (2004) Communication Between Cultures. Belmont(California), Wadsworth – Th omson Learning.

Valdes, Joyce M., (coord.) (1988) Culture Bound: Bridging the cultural gap in language teaching. Cambridge, Cambridge University Press.